sábado, 1 de junho de 2013

Gratidão - sobre dar e receber.

"Gratidão significa que a energia recebida deve ser devolvida."

Esta imagem apareceu no meu caminho, me pegou de supetão e fez meu dia mais feliz. Nunca tinha visto uma definição tão bonita, simples e funcional para gratidão. Precisei registrar e, lógico, passar adiante.

Ser grato vai muito além da "quase obrigação" de se dizer 'obrigado'. Essa palavra já perdeu o seu sentido real e transformou-se em mera questão de etiqueta, educação e convenção social. 

"Nossa, eu fiz aquilo por Fulano e ele não falou nem obrigado." 
Pense direito se você acha que é realmente este o sentido de gratidão.


O real significado de ser grato reside na percepção da beleza de um gesto de maneira que se queira que este ato continue seus efeitos. Assim, a gratidão pode ser manifestada em outro ato de bondade para quem o originou, ou pode ser uma nova atitude em relação a outras pessoas.

Nós só somos gratos por aquilo que nos faz bem. Agir com verdadeira gratidão diante desses acontecimentos é o que permite que eles se multipliquem e alcancem um bem para mais pessoas ainda. É aquele grandiosa frase do Profeta Gentileza:

Receber um ato de gentileza, nos bota pra cima, e nos torna mais dispostos a ser gentis com o próximo que cruzar nosso caminho.

As ações ruins não geram originalmente gratidão, e por isso não deveriam ser passados adiante. Porém, o mau humor gerado por algumas dessas ações parece encontrar terrreno fértil em algumas pessoas, que conseguem multiplicar suas carrrancas por aí. Nossa mídia multiplica notícias ruins, nossas conversas enfatizam desgraças do dia-a-dia e nossas piadas fazem graça de quem se dá mal.

Quem consegue perceber esses efeitos, já deve ter percebido que não é impossível quebrar essa rede de "desgracinhas", revertendo o quadro, ou pelo menos não o alimentando-o.

Estava conversando com amigos a respeito disso. Um deles me deu um ótimo exemplo que aconteceu em sua vida. Tinha acabado de se envolver em uma batida de carro, daquelas confusas em que não se sabe muito bem quem foi o verdadeiro "culpado". O outro motorista, já desceu vermelho do seu carro, gritando palavrões e ameaças. Meu amigo respirou fundo, esperou o sujeito se livrar daquela lufada de xingamentos, e falou: "Olá! Me desculpe pela batida, tenho seguro, podemos resolver isso. Alguém se machucou? Como você está? Tá tudo bem?". Isso desarmou o cara, que levou ainda alguns segundos pra se recuperar do seu mau humor e ver que as coisas estava bem de verdade. E pronto, acabou ali uma possível sequência de negativas e carrancas.



Os mais evoluídos conseguem até ser gratos por acontecimentos ruins, porque que os fazem tirar novas lições e aprendizagem da vida. Estou longe de conseguir algo assim, mas a perspectiva da prática da gratidão me ajuda a ver que não é tão impossível atingir este estado, ou algo próximo a ele.

Passamos a maior parte do dia sendo passivos em relação a vida. Nos limitamos a receber e, vez ou outra, transmitir as coisas como nos acontecem, sem aplicar conhecimentos ou um senso crítico a respeito delas. Elos de uma corrente a mercê dos humores do ambiente. Porém, podemos admitir que nosso papel como elo dessa corrente pode ser expandido, negando passar adiante o que não será produtivo para os outros e impulsionando o que pode ser mandado de bom.

Dizem que só podemos dar o que possuímos. E é a gente que escolhe o que possuir, sem esquecer de sermos gratos por isso.


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